segunda-feira, 7 de junho de 2010

O PADRE QUE FOI AO INFERNO PELA SEGUNDA VEZ

O PADRE QUE FOI AO INFERNO PELA SEGUNDA VEZ

Fui convidado oficialmente para ser padre através do Arcebispo Dom Fernando Gomes dos Santos. Eu era diácono e juntamente com mais quatro. Dom Fernando aproveitou o momento de oração do meio dia para fazer o convite oficial e marcar a data de nossa ordenação sacerdotal. Antes eu tinha participado de uma reunião com os poceiros urbanos no Jardim Boa sorte próxima ao J. Nova esperança. No lugar que eu pisei os poceiros ergueu-se uma cruz em homenagem o novo padre. Muito empolgado eu sabia que era perigoso voltar àquele local, como havia prometido de fazer uma celebração, tive que voltar. Dr.Franscisco Montenegro, Dr.Lorenço e eu, juntamente com outras lideranças fomos celebrar, brincando com os seminaristas, convidei-os para comemorarmos na boa nova na cadeia, mas ninguém quis ir comigo sem a ordem do Arcebispo Dom Fernando. Foi a minha primeira desobediência. Chegando ao local da celebração os poucos policiais que estavam no local ligaram para o comando geral e o comandante Cel. Aníbal Coutinho imediatamente mandou mais de duzentos policiais com mais de vinte viaturas. Depois da leitura do evangelho comecei a homilia e falei abertamente da arbitrariedade e a falta de respeito com que agiram os policias que agiram um dia atrás, falei do garoto de seis anos que estava com o braço fraturado e com mais de vinte e quatro horas sem assistência, da mulheres gestante de sete meses que foi brutalmente agredida pelos os policiais e cometeu um aborto cujo o feto foi comido pelo os cães. Quando terminei de distribuir a Eucaristia, ouvi um apito e a ordem de atacar, policiais atearam fogos nas barracas e espancavam homens mulheres e crianças, logo vi uma mulher sendo espancada e uma criança de quatro abraçando a perna de um soldado tentando defender a mão, não suportei entrei na briga, apanhei muito, mas dei também umas boas bofetadas, graças ao meu cabelo grande amortecia um pouco o cassetete dos policiais, Dr, Frâncico não teve a mesma sorte, ficou doente de tanto apanhar. Fui jogado em uma viatura e depois de várias voltas fui para o DOPES. Fui interrogado, se eu era amigo de Dom Pedro, Dom Tomás e se estava celebrando com ordem de Dom Fernando. Respondi que além de amigos dos referidos bispos era também admiradores, mas que não estava em nome de Dom Fernando, fui com conta própria. Foi aí que o mundo caiu, mais de duzentas pessoas entre padres bispos, seminaristas, freiras e vários grupos de jovens da capital estavam frente ao dopes liderado por Dr. Lorenço, Dr. Fancisco Montenegro e seminarista as, Padre José Pereira de Maria, entrou na sala e com o pedido de Dom Fernando exigiu que eu fosse libertado imediatamente,e assim foi feito, fui recebido como herói,mas passei um medo! A graça de Deus estava comigo, mesmo com medo enfrentei como um verdadeiro Cristão. Padre Pereira me levou até o bispo, que estava como uma fera. Dom Fernando depois de uma grande branca me deu os parabéns. Ao ser interrogado pelo o bispo por que fui sem ordem eu respondi: O senhor falou que tem coisa, que agente pede para poder fazer outra faz para depois pedi eu estou pedindo agora! Posso? E Le sorriu e depois fechou a cara e disse: Amanhã vai até o Comandante e briga com ela em meu nome, fale para ele que não está cerco esta atitude de um cristão. Eu fui e falei tudo que o bispo falou. O comandante falou que estava apenas cumprindo ordem e que demorou a tomar essa decisão, mas foi obrigado estava cumprindo ordem, e a ordem não foi para espancar o padre, mas que eu entrei na briga e fui muito atrevido, porque não fiquei quieto em meu canto? Assim não teria sido prezo, e você? Ficava quinto vendo, seu povo sendo massacrado Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

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