quinta-feira, 22 de julho de 2010

NEGRO PRETO DE ALMA E CORAÇÃO. ASSASSINATO DO PADRE JOSINO


NEGRO PRETO DE ALMA E CORAÇÃO
ASSASSINATO DO PADRE JOSIMO


Negro preto de alma e coração
Que fez seu trabalho com amor,
De sandálias havaianas nas do sertão
Fazendo o trabalho de preto que Deus mandou.

Negros Josimo dos humildes posseiros
Luz que os guia na escuridão,
Defendendo os pequenos dos traiçoeiros
Combatendo as armas com a Bíblia na mão.


Padre negro de São Sebastião
Rei do estado de Goiás.
Seu sangue derramado no chão
Fortalece-nos muito mais.

Vamos formar outro quilombo
Longe ou perto daqui,
Com um pé sobre o ombro de Josimo
Outro sobre o ombro de Zumbi.


Em Palmares Zumbi foi perseguido
Mas deixou seu nome na história,
O que você fez não foi perdido
Pois mostrou-nos o caminho da vitória.

Com trinta e três anos de idade
E sete anos de presbitério,
Você nos revelou a verdade
Mas nos deixou um mistério.


Mistério de um número infinito
Mistério do vinho e do pão
Mistério da idade de Cristo
Escrito com seu sangue no chão.

Sangue de índios, negros e posseiros
Em vermelhando as águas do Tocantins e Araguaia,
Corpos abatidos pelos os pistoleiros
Corpos achados na praia.


Josimo marte da terra
Assumiu sua negritude,
A sua lembrança é eterna
No meio da juventude...


Cristo nos deixou um presente
No dia de sua partida,
Josimo não foi diferente
E nos deixou dana Olinda.


Agora estamos unidos
Em torno dessa Rainha,
Juntos em todos os sentidos
Ela não lutará sozinha.

Olinda segue sua missão
Com a camisa do filho ensangüentada,
Que Deus tem compaixão
E abençoe essa jornada...




Poema escrito em 10 de julho de 1986
Pelo o Pe. Osiel Santos, Vigário da Paróquia
São Geraldo de Goianira e apresentado na missa do
Trigésimo dia de sue falecimento, celebrado na Catedral
Metropolitana de por Dom Fernando Gomes e o clero.

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